Todo mundo sabe o que é uma Ambulância. Todos reconhecem uma, quando avistam-na às ruas.
O que pouquíssimas pessoas sabem é como funcionam os serviços de Transporte Médico. E o pior, é que mesmos os profissionais que trabalham anos à fio prestando serviços de Remoção e Transporte não têm a mínima idéia de suas regras, diretrizes e estatutos.
Essa falta de conhecimento se dá devido a falta de divulgação da informação.
“Como assim?”.
No Brasil, o ensinamento de Primeiros Socorros não faz parte da grade curricular das crianças do ensino médio ou fundamental, diferentemente de países desenvolvidos como Estados Unidos, Japão, China e Alemanha.
O Transporte Médico de Urgência e Emergência está automaticamente incluso em seu contexto.
Já os profissionais do ramo, costumam entrar no mercado com conhecimento quase nulo e passam a seguir apenas as ordens das empresas que prestam esse tipo de serviço. Ou seja, dificilmente eles, os profissionais, terão a chance de desempenhar um serviço condizente aos parâmetros de assertividade que lhes encubem a função.
“Mas então, qual o real significado de um atendimento coeso e assertivo de uma equipe de Transporte Médico e qual a real utilidade de uma Ambulância?”.
Primeiro devemos entender esta nomenclatura (Transporte Médico), que por sinal só e dada aos países, como o Brasil, que não reconhecem a profissão de Paramédico.
O nome Transporte Médico, apesar da nomenclatura (Médico), pouco tem a ver com o profissional de nível superior formado em medicina, e sim, com a equipe atuante. Equipe Médica, que erroneamente é chamada assim, quando o certo seria Equipe de Saúde, já que Equipe Médica, sugere uma equipe formada apenas por médicos.
Tradicionalmente, aqui no Brasil, uma equipe de Transporte Médico é integrada por:
• Um (01) Motorista de Ambulância, que deveria ter, no mínimo, dois cursos: Condutor de veículos de Emergência, e Suporte Básico de Vida ou similar, tornando-o um Socorrista;
• Um (01) Técnico de Enfermagem ou Enfermeiro, que deveriam ter, no mínimo, o curso de Suporte Básico de Vida ou similar;
• Um (01) Médico, que deveria ter, no mínimo, o curso de Suporte Avançado de Vida ou similar.
Essa equipe agirá nas seguintes situações:
1. Atendimento Domiciliar: A equipe é direcionada à residência do cliente para intervir à uma intercorrência ou problema de saúde (Doença) que o solicitante possa ter. Podendo removê-lo ou não, dependendo das possibilidades terapêuticas ou de estabilidade do mesmo no local onde reside. Há também de se levar em consideração a necessidade ou não de exploração do quadro por meio de exames de diagnose;
2. Transferência Intra-Hospitalar: A equipe se desloca de uma unidade fixa de saúde à outra transportando o cliente, geralmente com o intuito de interna-lo ou realizar algum exame complementar, que não havia disponível na unidade de origem. Dependendo do quadro clínico e gravidade do cliente, a viatura / equipe selecionada poderá ser Básica (Socorrista e Técnico), Intermediária (Socorrista e Enfermeiro) ou Avançada (Equipe Completa);
3. Atendimento em Via Pública: A equipe localiza a intercorrência, estabiliza as vítimas, e transporta-as até uma unidade hospitalar que possua Emergência Aberta, preferencialmente hospitais da rede pública. O mesmo se dá em eventos catastróficos, como Incêndios, Desabamentos, Terremotos, etc.;
4. Transporte de órgãos e hemoderivados: Geralmente os transportes são realizados por uma equipe Básica.
5. Segurança em Saúde: Cobertura em eventos esportivos, festas, shows, comemorações, etc..
Para um veículo ser chamado de Ambulância ou Viatura de Transporte Médico, é preciso seguir algumas regras básicas, como:
• Ser operado por profissional qualificado;
• Possuir equipamentos e materiais destinados à manutenção da vida e atendimento de Urgência e Emergência;
• Possuir espaço suficiente para o transporte anatômico de pelo menos um usuário que necessite de intervenções imediatas;
• Possuir espaço equivalente ao transporte simultâneo de um (01) único acompanhante por usuário atendido;
• Possuir sinalização luminosa intermitente característica a um veículo de emergência (Giroscópio + Luzes laterais e Strobo).
• Possuir sinalização sonora característica a um veículo de emergência (Sirene);
• Estar em perfeitas condições, mecânicas e de higiene, para trafegar em vias públicas ou particulares;
• Possuir, pintado ou adesivado, em idioma local a palavra EMERGÊNCIA ou AMBULÂNCIA na parte dianteira do veículo, além de possuir, pintado ou adesivado, o símbolo internacional das Emergências Médicas (A Estrela da Vida).
*OBS.: Todo o referido deve seguir a Norma Reguladora vigente para o desempenho de tais funções, a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, e o CTB - Código de Trânsito Brasileiro.
Seguindo a observação, a ambulância deverá seguir as regras de trânsito:
• Velocidade da via;
• Sinalizações (sinais sonoros, placas e sinais luminosos);
• Condições de trafego quanto ao clima, manutenção e condições da pista;
• Métodos de ultrapassagem;
• Validade da documentação do veículo, da habilitação do condutor e dos impostos previstos;
• Local e condições de estacionamento;
• Preferenciais.
*OBS.2: A ativação da sirene e do giroscópio não significa que a ambulância virou um carro de Formula 1. A sirene serve apenas para pedir a preferência, o que deve ser respeitado, segundo o código de trânsito.
*OBS.3: A ambulância pode ligar a sirene sem ter um paciente dentro? Sim, se estiver indo para um atendimento, o condutor pode ligar a sirene e o giroscópio para chegar mais rápido ao destino.
Diversas aplicabilidades devem ser analisadas ao Transporte Médico de Urgência e Emergência. Alguns pontos, que julgo mais importantes, foram explanados aqui. Caso ainda hajam dúvidas, procurem a legislação vigente.
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